Considero que o Ensino a Distância (EaD) é a transformação do ambiente tradicional, em que os professores e os alunos têm uma hora e um local para se encontrarem, num ambiente educacional em que os alunos e os professores se encontram em locais e horários diferentes. Além disso, este último ambiente promove uma metodologia diferenciada, concedendo o lugar central à autonomia do aluno, à comunicação bidireccional entre professores e alunos e aos recursos tecnológicos actuais.
A educação a distância é reconhecida, nos dias de hoje (longe já da troca de correspondência), como a forma de atendimento a um grande número de alunos e por um custo muito mais razoável do que o ensino presencial, apesar de a EaD não ser a solução para os problemas educacionais da sociedade actual. Esta metodologia, que é actualmente uma combinação entre o ensino e a tecnologia, não se esgota nas ferramentas tecnológicas. São criados novos veículos de comunicação, por exemplo as TIC, colocados à disposição de alunos e professores numa interactividade segura, de forma a reduzir distâncias, e conteúdos específicos que assegurem a aprendizagem do educando, aos quais se acede através de uma plataforma online sob a responsabilidade de uma escola ou universidade ou ainda outra entidade educativa. O material didáctico é preparado por especialistas e procura-se desenvolver no aluno hábitos e atitudes de estudo, sem a presença física do professor, levando-o a tornar-se num autodidacta. Por sua vez, a comunicação é um elemento chave neste novo processo educativo, considerando que não há educação sem comunicação. Para mim, o diálogo entre professor e aluno revelam-se indispensáveis, não podendo ser concebido como um acto mecânico. Ou seja, o uso das tecnologias ou um excelente plano de curso não bastam para resolver os problemas que se apresentam durante o processo educativo.
A metodologia em EaD deve, na minha opinião, permitir a aquisição do conhecimento acessível a todos, através de uma comunicação activa que tenha no material didáctico a ferramenta básica para a aprendizagem, material que deve ser, por natureza, explícito, motivador e variado. A garantia de um equilíbrio entre esta metodologia e o material didáctico cabe ao tutor (professor virtual), cuja função é não só produzir o material didáctico e gerir os recursos didácticos, como também avaliar o desempenho dos alunos, proporcionando-lhe um apoio contínuo que contribua para a obtenção de bons resultados.
A nova concepção de educação aqui referida não leva a que os professores sejam substituídos pelas novas tecnologias, apenas terão funções diferentes das que tinham ou têm hoje em dia. Os respectivos currículos respeitam as necessidades dos alunos e as actividades lectivas são desenvolvidas para atender a essas necessidades. Julgo que a cooperação entre as partes envolvidas é fundamental para o sucesso dos cursos ou projectos de ensino, tendo em conta que se vive numa época em que a aprendizagem independente é a grande estratégia da educação.
Finalmente, gostava de reflectir um pouco na qualidade de e-estudante. Assim, a minha posição quanto às relações que se estabelecem online com os tutores é que estas sejam boas, esperando que os tutores teçam elogios à minha actuação, sejam rápidos em responder às mensagens e não dêem excessiva preocupação à sua forma em detrimento do conteúdo. Penso que a resposta instantânea e assertiva por parte do tutor acaba por ser importante no mundo virtual de ensino, pois o aluno precisa de receber um feedback constante, caso contrário, o aluno pode ficar insatisfeito com a prática tutorial e isso reflectir-se-á no seu desempenho. Claro que o aluno a que me refiro não pode ser passivo, dependente do modelo presencial, estando sempre à espera que o tutor resolva todos os seus problemas, sem que tentem obter as informações por si mesmos.
Em conclusão, o ensino a distância com uso da tecnologia, aqui em questão, transformou o espaço e lugar do processo de ensino-aprendizagem, diversificou as formas de interacção comunicativa e abriu uma via de novas oportunidades de acesso ao conhecimento, mesmo ao alto nível de formação académica. Embora esta nova forma de relacionamento entre alunos e professores devam muito à tecnologia, esta não é motivo suficiente para garantir a eficiência e a qualidade do ensino.
A excelente reflexão que fizeste foi sobre EaD ou ensino online?? ;) Não te esqueças que o EaD tem mais de 100 anos...
ResponderEliminarViva, Paulo.
ResponderEliminarProcurei reflectir sobre o EaD com uso da tecnologia (neste caso, após a invenção da Internet), uma vez que me pareceu ser essa a vertende solicitada pela professora. O ensino online não significa apenas educação a distância, uma vez que podemos usar tais recursos virtuais na sala de aula com os nossos alunos.
Abraço.
Hummmmm... Marco, o que a Professora solicitou foi que fizéssemos um um texto onde reflectíssemos o que seria para nós o Ensino a Distância. A questão era: "O que é para mim o Ensino a Distância?" Por isso não tinha de ser necessariamente sobre o ensino a distância com uso da tecnologia, como diz. Claro que para si ensino a distância pode ser isso. [Até porque se forma as suas ideias a partir das experiências, como todos fazemos um pouco, pela sua idade, o ensino online será a sua referência.]____________
ResponderEliminarMas eu vinha cá falar de outra coisa. :D
"A nova concepção de educação aqui referida não leva a que os professores sejam substituídos pelas novas tecnologias, apenas terão funções diferentes das que tinham ou têm hoje em dia." - Não concordo. As funções são as mesmas. Os recursos e práticas pedagógicas, como os programas, é que têm de se alterar / adaptar.
NOTA IMPORTANTE - Em cima o que está escrito em parêntesis recto foi feito com um sorriso malandro. ;-)
Viva, Rosalina.
ResponderEliminarPenso que respondi à pergunta da actividade.
Quanto às funções dos tutores, estava a pensar que há o risco de se deixar que a tecnologia ocupe o lugar do professor. Por outro lado, como este tem um novo instrumento de trabalho, é natural que haja também novas funções (não apenas pedagógicas).
Abraço.
Marcus, eu falo em recursos e práticas pedagógicas.
ResponderEliminarQuanto ao carácter das funções do professor, são sempre, por inerência, pedagógicas.
E já agora, diga-me lá que novas funções terá o professor que não apenas pedagógicas?!
Olá Marco,
ResponderEliminarConcordo com a sua posição em relação ao EaD.
É um texto muito esclarecedor e que põe questões interessantes - o papel do professor num novo contexto de ensino/ aprendizagem , a possibilidade de contextualização mais motivadora através dos uso das tecnologias e acima de tudo de chamar a atenção para um mito que parece já enraizado de que as novas tecnologias vão permitir o sucesso.